Biotipo do usuário, finalidade de uso e tipo de trajeto no dia a
dia são fatores que merecem atenção na hora de ir à concessionária
Comprar a primeira moto significa ganhar mobilidade, ao se
locomover com maior rapidez no trânsito, e acabar com a dependência do
transporte público e dos motoristas por aplicativo. Também é uma ótima
alternativa para os gastos excessivos com o carro. E, sobretudo, é sinônimo de
liberdade.
Por todo esse conjunto de sentimentos e benefícios, é preciso
levar em conta alguns critérios importantes para melhor aproveitar a sua nova
aquisição. O lado emocional costuma pesar bastante na escolha, envolvendo
fatores como beleza e potência. No entanto, debutar no mundo das duas rodas
também requer bom senso e racionalidade.
Biotipo do motociclista, finalidade de uso, estilo de vida e os
custos que pretende ter são quesitos a serem avaliados antes de sair pilotando
qualquer modelo. Isso resultará não só numa melhor convivência com a própria
moto, como também com o trânsito. O resultado é segurança, conforto e diversão
na dose certa.
Sonho da primeira moto adaptado à rotina diária
O auxiliar de logística Adrian da Serra Guimarães, 21 anos,
sempre teve o sonho de ter uma moto na garagem. E foi a necessidade que o levou
até a concessionária Honda Blokton, na capital, em janeiro deste ano para
concretizar o antigo desejo.
Adrian gostaria de rodar com um modelo de alta cilindrada, mas o
momento exigia uma opção que atendesse à sua rotina diária de ir e vir do
trabalho, de maneira ágil e sem pesar no bolso o gasto com combustível.
O auxiliar de logística chegou à loja de Almirante Tamandaré, na
Grande Curitiba, onde reside, ainda indeciso sobre qual modelo adquirir. Bastou
um bate-papo com o consultor de vendas para entender o tipo de motocicleta que
melhor se encaixava ao seu perfil de uso.
Após avaliar algumas opções, escolheu pela Honda CG 160 Fan zero
km. “Para mim, é o modelo ideal para transitar
na cidade, devido à praticidade de ir e voltar do trabalho. Apesar de ficar
perto da minha casa, quando usava o ônibus a viagem acabava sendo muito
demorada”, explica Adrian.
Menor custo com combustível
A alta constante dos combustíveis também o motivou a buscar a
economia da moto. Adrian conta que roda cerca de 18 km por dia, o que dá quase
400 km no mês. Como a sua CG Fan tem feito uma média de 42 km com litro de
gasolina, o gasto médio mensal gira em torno de R$ 70.
De ônibus, o auxiliar desembolsava perto de R$ 210 por mês. Já
com o Chevrolet Prisma 1.4 2011, outro veículo que tem na garagem, seria
preciso empenhar aproximadamente R$ 330 mensais para fazer o mesmo percurso do
trabalho.
Sem contar que o custo para manter uma moto é bem mais baixo,
quando comparado ao carro. Por isso, Adrian é taxativo na hora de aconselhar
quem está pensando em entrar no universo das duas rodas: “Pode ir sem medo. Especialmente pela praticidade e
rapidez no deslocamento de quem circula pela área urbana.”
Dicas para comprar a primeira moto
Se você pretende seguir o mesmo caminho de Adrian da Serra e
conquistar a liberdade em cima de uma moto, fique de olho nas dicas a seguir,
que podem facilitar a escolha.
Moto ou scooter?
É uma dúvida frequente, que só é sanada respondendo às seguintes
perguntas:
·
Você gostaria de passar
marcha ou somente acelerar e frear?
·
Deseja um mínimo de proteção
na chuva ou não se incomoda de vestir capa e botas em dias molhados?
·
Necessita apenas de mobilidade
urbana ou, também, procura um desempenho mais forte?
·
Vai andar com ou sem garupa?
Pense num scooter se você busca uma pilotagem mais
tranquila, com pouco trabalho; usar capa somente debaixo de chuva pesada;
ter boa agilidade no trânsito pesado, sem compromisso com acelerações mais
fortes; e só levar garupa esporadicamente.
Uma boa pedida é a Honda
Elite 125, um dos modelos mais vendidos hoje no Brasil. Ela
facilita a vida de quem começa por não exigir lidar com pedal de câmbio e
embreagem, pois é tudo automático nela. É só acelerar e frear!
A Biz também deve estar na lista de opções, uma vez que a embreagem é
automática. Ambas têm a vantagem de poder estacionar/manobrar com extrema
facilidade, e de oferecer comodidade, já que possuem compartimento sob o banco
para levar capacete, bolsa e outro objeto de pequeno porte.
Agora opte por uma motocicleta caso prefira uma pilotagem
interativa, que ofereça um desempenho mais instigante e que, às vezes, vai além
do circuito urbano.
A CG 160 é perfeita. Tem melhor
estabilidade em velocidades acima dos 80 km/h, principalmente se você levar
alguém na garupa.
“Na verdade, não existe um modelo ideal para quem deseja começar
no mundo das duas rodas. Só é recomendável partir de uma opção de até 160
cilindradas”, orienta a gestora da concessionária Honda Blokton Marechal, Leise
Braga.
Minha primeira moto pode ser grande ou potente?
Não é indicado para quem nunca teve uma experiência de pilotar um modelo com essas características. O ideal é começar devagar com opções de baixa cilindrada, leve e com desempenho comportado.
E pense no seu bolso. O melhor é que a primeira moto seja também
acessível para comprar e manter. E ainda tem a questão do consumo: quanto menores
a cilindrada e o peso, mais longe o veículo vai com um tanque de combustível.
Adrian da Serra só foi ter contato com uma moto na autoescola,
para tirar a CNH com habilitação A. Isso também foi um dos motivos para ele
começar por um modelo de baixa cilindrada.
O auxiliar conta que não teve grandes dificuldades para se
adaptar ao trânsito, achando a condução em meios aos carros e ônibus algo
relativamente tranquilo.
“Nesses dois meses em que estou com a moto não tive nenhum
contratempo nas ruas, nem risco de acidente”, afirma.
Adrian conta que os problemas maiores que observa são os
motoristas que não dão seta e aqueles que fazem conversões bruscas e
inesperadas. Na opinião dele, é preciso pilotar com bastante atenção e cuidado
para evitar um possível acidente ao deparar com essas situações.
Qual será o seu trajeto?
O percurso usual e o tipo de piso que vai
enfrentar são importantes na hora da escolha.
Trajetos curtos: normalmente, as primeiras motos são usadas na
cidade para trajetos curtos, como idas e vindas ao trabalho ou faculdade. Neste
caso, scooters e motos pequenas resolvem muito bem.
Trajetos de média distância: a recomendação passa a ser de 250/ 300
cilindradas para uma distância na qual cada perna seja de uns 30 quilômetros,
por exemplo, e que utilize pistas expressas.
Pisos esburacados: scooters e motos pequenas vão muito bem em
pistas asfaltadas, mas sofrem um pouco na buraqueira. Se o seu trajeto habitual
tiver esse problema, uma moto trail passa a ser uma boa escolha.
Os modelos desse estilo oferecem suspensão mais
adequada para encarar o terreno hostil, de uma forma mais confortável para você
e um eventual garupa. As trails estão disponíveis em diversas faixas de
cilindrada e tamanho.
A Honda tem no portfólio a CRF
250F, que, além de enfrentar o pavimento irregular com
valentia e conforto, também entrega excelente estabilidade na rodovia.
Finalidade de uso
Como já foi mencionado na história do Adrian da
Serra, a finalidade de uso é crucial para escolher qual modelo comprar.
Segundo Leise Braga, é importante identificar o
perfil desse consumidor, entender se a motocicleta será utilizada para
trabalho, como meio de locomoção, ou então somente nos fins de semana.
“Outra questão relevante é saber se andará
sempre com garupa ou apenas sozinho”, diz a gestora.
Biotipo grande, motos maiores
O biotipo da pessoa também deve ser levado em
conta no momento da escolha. Pilotos grandes requerem modelos acima dos básicos.
Para esses casos, a orientação de Leise Braga é por opções maiores e mais
potentes, como as linhas 250 cc e 300 cc, por exemplo.
“A altura do piloto pode sim contar na hora da
decisão. A Honda dispõe de diversos modelos e estilos em seu line up,
para que haja essa opção de escolha do modelo mais adequado”, frisa.
Lembre-se: a moto deve “vestir” bem o usuário,
sem sobrar ou faltar espaço para pernas, braços e corpo em geral.
Primeira moto: usada ou zero km?
É indiferente o fato dela ser zero km ou
seminova. Possivelmente, o que vai determinar será o bolso do consumidor.
Caso a escolha seja por uma seminova, alguns cuidados precisam ser tomados, como
ter a avaliação mecânica de um especialista e verificar se a documentação está
em dia.
O controle de qualidade Blokton garante o bom
estado e a confiabilidade na aquisição de uma usada. Antes de ir para o
showroom, “o modelo passa por uma criteriosa avaliação mecânica, por uma revisão
conforme o manual técnico e por uma manutenção, caso seja necessário”, diz
Leise.
Compartilhe esse artigo nas redes sociais: